Ainda muito jovem, com olhos de
criança, o filho de um importante senador do seu país, um império situado nos
trópicos, viajou da terra natal para a Corte, centenas de quilómetros mais a
sul. Nos ouvidos levava o nome da sua província, Ceará, que significava na
língua dos índios «canto de jandaia».
Havia de voltar, para resgatar a
infância… A viagem foi para ele inesquecível, mostrando-lhe paisagens variadas
e exóticas, de fauna e flora exuberantes, que para sempre guardaria no coração.
Apaixonou-se pelo seu país, há pouco independente e dono do seu destino, e
prometeu a si mesmo que havia de eternizar a sua alma, as suas gentes, as suas paisagens,
a sua história, no mundo da literatura.
Cresceu e tornou-se um escritor
consagrado, o mais conceituado do seu tempo, autor de uma grande variedade de
romances, além de jornalista, dramaturgo, poeta, político, advogado, professor.
Amou como ninguém a sua Pátria, para a qual reclamou uma identidade própria,
foi admirado e criticado, entre ele o imperador nasceu uma antipatia mútua, e
quando partiu deste mundo, após dar vida a uma galeria infindável de
personagens romanescas, levou consigo, a cantar-lhe aos ouvidos, «o canto de
jandaia» da sua província natal.
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